Parecia uma utopia, mas o fecho da prisão de alta segurança americana situada na base naval de Guantánamo, em Cuba, se afigurava real aquando das promessas do então candidato à Presidência da terra do Uncle Sam: Barack Obama.
O candidato prometeu, os estado-unidenses votaram, e ele venceu. No entanto, as várias vidas encarceradas sob condições desumanas, culpadas ou não, continuaram a definhar, e a utopia voltou a tornar-se uma constante.
No passado 20 de Maio, o Senado norte-americano chumbou o pedido feito pela Casa Branca, 80 milhões de dólares (58 milhões de euros ) que Obama pediu para pagar as operações de encerramento da prisão. Apesar da polémica interna e das dificuldades em obter o dinheiro, Obama reafirmou a promessa do fecho até Janeiro de 2010.
Para além disto, ordenou o encerramento dos centros de detenção que a CIA mantém actualmente no estrangeiro para os suspeitos de terrorismo.
Herdada pelos E.U.A, no fim da guerra com os espanhóis em 1988, a base naval de Guantánamo é tida por muitos como punição por uma vida criminosa, ou, talvez, como um encarceramento sem explicação. Para a maioria dos reclusos é um inferno de torturas. Para certa Miss Universo é um local “relaxante, calmo e lindo, uma experiência inesquecível”. É, ainda considerada, para alguns como prova válida que se faz justiça. Bush encarou-a como uma "arma com grades para condenar a ameaça terrorista", e para Obama significa mais um capítulo que terá de acabar no livro da administração Bush. Porém, para a grande pluralidade de pessoas é um modelo contra a democracia e os direitos humanos.
De modo a que este episódio da história universal não seja esquecido, o National Geographic Chanel "envergou” o uniforme laranja - mecânica, e mostrou, num documentário, intitulado Bastidores: Guantánamo, tanto como funciona a prisão, como detalhes da vida quotidiana de presos e guardas. Tudo sob a atenta vigilância deste lugar, que quebra dia após dia com tudo o estabelecido na Convenção de Genebra sobre as leis de protecção de prisioneiros.
(Para saber mais sobre o documentário:
Espero que a humanidade não se esqueça deste hediondo exemplo de "se fazer justiça", e que não adopte uma posição similar à de certos islamitas fundamentalistas que querem apagar o genocídio de judeus, na Segunda Guerra Mundial, da história. Também, anseio que o fecho de Guantánamo não se torne uma manobra de distracção para a sociedade, com o objectivo de esconder outras prisões do conhecimento do mundo (como o recente caso, noticiado pela SIC, da secreta prisão israelita).
Mas, sem qualquer dúvida, o fecho da prisão de Guantánamo torna-se essencial e imediato. Aspiro que estes sejam os últimos latidos de vida duma das prisões mais conhecida por suas formas de implementar justiça e pelos nomes, os rostos e as lágrimas daqueles que deixaram nos seus barrotes grande parte das suas vidas como culpados da "guerra do terror" e mártires do outro lado da justiça. Só estes conhecem a verdade dos seus delitos.
Por isso Obama só me resta dizer-te: rápido que já se faz tarde!
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