No rescaldo do mês em que se comemora do dia de liberdade de impressão a UAlg Tv, enquanto órgão de comunicação consciente debruça-se sobre a sua casa, a internet. E sobre a forma como as novas tecnologias, mais concretamente a Web 2.0 pode acabar com os gatekeepers e com as limitações convencionais de uma redacção, assim como medeia novas formas de comunicação.
É indiscutível, a nossa sociedade actual é vista como uma sociedade de informação e não é a toa que se usa esse termo. Há quem fale em sociedade de informação há quem fale em sociedade informacional, no sentido em que é utilizada como forma de atingir uma certa produtividade e apelando mais ao carácter da publicidade. Mas o que e certo é que a informação é central nas nossas vidas, na nossa sociedade.
É indiscutível, a nossa sociedade actual é vista como uma sociedade de informação e não é a toa que se usa esse termo. Há quem fale em sociedade de informação há quem fale em sociedade informacional, no sentido em que é utilizada como forma de atingir uma certa produtividade e apelando mais ao carácter da publicidade. Mas o que e certo é que a informação é central nas nossas vidas, na nossa sociedade.
Os meios de comunicação electrónicos, interactivos são de facto estruturantes nas construções das nossas relações na interligação cada vez maior entre a nossa esfera privada, entre o trabalho e lazeres. São a forma de mediar tudo a nossa vida e as nossas relações sociais.
Fernando carrapiço, professor de Informática e Tecnologias da Comunicação defende que « A Web 2.0 trouxe uma mais-valia muito forte à comunicação, na medida em que permite que haja novos públicos, que haja novas ferramentas e que a exposição e a recolha de informação seja feita de maneira diferente».
Se por um lado temos uma opinião em que a Web 2.0 é vista como uma possibilidade de se estabelecer comunicação com um público mais atento, e nessa medida ser mais interactivo e fugir dos limites convencionais de segurança da informação enquanto necessidade de controlo, «há uma fuga de controlo, e isso permite que a informação circule mais limpa, no sentido de ser mais pura, e mais fidedigna» como defende o professor.
Por outro temos a opinião da professora Filipa Cerol Martins, que lecciona disciplinas como Discurso dos Media e Jornalismos Televisivo e que já trabalhou como jornalista, que defende que a Web 2.0 poderá «não libertar os jornalistas de gatekeepers, porque eles têm que existir de qualquer maneira». Afirmando que o jornalista continua a ter as mesmas fontes, a partilhar as notícias com os seus colegas, continua a trabalhar num registo de uma redacção. Chegando mesmo a afirmar que a Web 2.0 pode em alguns casos criar mais um gatekeeper, que é o próprio leitor enquanto produtor da informação.
A ex-jornalista defende que o facto de haver mais ou menos gatekeepers não invalida que haja mais ou menos transparência no processo, e talvez a Web 2.0 permita essa interactividade, permita que haja mais velocidade e por outro lado mais transparência no processo, embora o jornalista tenha menos tempo para fazer justiça aquela que e a sua função que é mediar a sua função correctamente.
Numa altura em que se recorda o ganho da liberdade de expressão coloca-se em causa até que ponto os ideais e os limites convencionais de uma redacção não poderão funcionar como gatekeepers a um jornalista ou a alguém interessado em publicar um artigo de opinião.
A internet funciona como um espaço de partilha, de exposição e crítica de diversas matérias. Mas como tudo na vida apela-se ao bom senso do utilizador para que dela possamos tirar o maior proveito e expressar a sua opinião valorizando o facto de o podermos fazer livremente e reconhecendo a seriedade que o anonimato por trás de críticas tem na nossa sociedade actual.
Existem imensos comentários em blogues ou noutras plataformas de comunicação na internet em que os autores se refugiam atrás do anonimato para dizerem ou fazerem acusações menos apropriadas e que não se sentiriam a vontade para o fazer noutra situação.
Mas por outro lado temos casos em que a Web 2.0 concede alguma liberdade de expressão no mundo virtual, é o caso de yoani sanchez, que lhe permite exprimir sobre certos assuntos o que em praça pública no seu país, Cuba, não o poderia fazer. Com pena de ser severamente punida.
A Web 2.0 mostra-se assim como um refúgio a pressões políticas, mas não devemos encarar como uma Meca, mas sim como algo, que quando usado correctamente pode servir para comunicarmos, uma capacidade e acima de tudo necessidade do Homem.
A Web 2.0 apresenta-se assim como uma poderosa arma de difusão da mensagem.
O post de 30 de Abril no seu blogue Geration Y dizia que o MSN tinha sido cancelado no seu país, «agora a proibição vem do outro lado, precisamente da parte dos que fizeram um programa que nos ajudava a escapar do controle. “Foi interrompido Windows live Messenger IM para os usuários de países embargados pelos EEUU” diz a nota que a Microsoft publicou anunciando o corte. Sinto que com ela, nós os cidadãos, voltaremos a perder, pois os nossos governantes têm os seus próprios canais para se comunicarem com o resto do mundo. Isto é - claramente - um golpe para os internautas, aos “foragidos da rede” que somos quase todos os que entramos na Internet desde Cuba».
Mas a pergunta mantém-se, podemos ou não exprimirmo-nos livremente através da internet e das ferramentas de comunicação que a Web 2.0 põe ao nosso dispor?
O portal UAlg TV e a sua equipa têm aproveitado o que a Web 2.0 nos dá de melhor!
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